Não podemos esquecer o que somos, mesmo quando não sabemos muito bem o que isso é.
Se ser o que não sabemos o que somos for realmente o que somos, não há muito a fazer. Afinal, se não chegamos a essa conclusão fundamental, como construir todas as outras? O “ser” é a base de tudo. Somos, então podemos e caminhamos. O caminho a ser seguido será aquele pautado por nossa própria personalidade. Se não sabemos, só resta isso mesmo: o não ser.
Não existimos. Por isso que não adianta caminhar por aquelas ruas recheadas de pessoas, nos grandes centros, pois ninguém nos verá. Nem tampouco adianta ficar num reservatório de concreto com meia dúzia de outros seres, pois não somos. Não estamos ali, não existimos.
Não nos vêem. Não sentem nosso cheiro, não nos ouvem, não nos tateiam. Claro, seria absurdo maior se nos sentissem...
Portanto, não estamos aqui. Nada disso acontece com a gente. Podemos caminhar calmamente, qual fantasmas, atravessar paredes, chegar ao oceano de nosso exterior.
Portanto, posso ir, posso ficar, não importa. Enquanto não souber o que sou, nada realmente importa.