M A L D I T O ! ! !
quarta-feira, dezembro 22, 2004
 
"Quero ver você não chorar, não olhar pra trás, nem se arrepender do que faz/ Quero ver o amor crescer, mas se a dor nascer você resisitir e sorrir/ Porque o Natal existe e ninguém é triste e no mundo há sempre amor!/ Bom Natal, um feliz Natal, muito amor é paz pra você... / Pra você!!!"

Lembram dessa musiquinha? Ela embalava o comercial de uma companhia aérea... Um menino de bicicleta enfrentava diversos percalços para participar de uma apresentação de um coral de Natal e, no final da propaganda, ele chegava a tempo de apenas pronunciar a frase final...

Faz parte das minhas memórias natalinas da infância. Junto com mais meia dúzia delas.

Antes de continuar, gostaria de pedir desculpas por interromper a estória da Anna, do Boris, do Any... da turma toda. É que eu não poderia deixar de escrever minha mensagem de Natal. Já virou uma tradição!!!! Vide o que escrevi no ano passado (http://omaldito.blogspot.com/2003_12_14_omaldito_archive.html).

E eu me pergunto... alguma coisa mudou?? Acho que não... Basta ver uma propaganda de celular em que certas pessoas ganham um presente indesejado: UMA PESSOA!!! Confesso que a primeira vez que eu vi, até achei criativa e tal... Mas depois... parei pra pensar e fiquei meio que assustado... Agora temos às claras, em cadeia nacional, a COISIFICAÇÃO DO SER HUMANO (o que já ocorre há muito às escondidas, vide o tráfico de mulheres, os soldados do tráfico de drogas, os policiais militares, entre muitos outros, todos usados e abusados por outros seres humanos).

Mas é Natal!!! Vamos festejar. Vamos doar um quilo de alimento não perecível e depois encher o rabo de comida e bebida!!!

Vou contar como será o meu Natal: vou para uma cidadezinha no interior, onde mora minha tia. Ela deve ter quase 80 anos... tem meu tio, o marido dela, que mal consegue falar, porque ja perdeu quase todos os dentes. A gente senta ao lado dele e de duas uma: ou ele conversa com a gente e não entendemos nada, ou ele pega no sono. Não, isso não é para rir.

Então, tem alguns outros parentes, uns primos e tal... Antes da ceia todos dão as mãos em volta da mesa para rezar e eu sempre fico naquele dilema: participar e fingir ou dar no pé. Olho para as pessoas a minha volta e a segunda opção nunca é a escolhida. Fico ali, mesmo não acreditando em nada daquela baboseira. Respeito, no final das contas. Mas por outro lado, ninguém respeita minhas opções. Se bem que faço isso pelos meus pais, pra que trazer mais apurrinhação nessa data que já não é muito alegre? Então lá vou eu.

Essas festas de final de ano nunca significaram muito pra mim. Então não há muito o que eu possa fazer. Me render ao sistema. Ao menos por enquanto. Dos males o menor.

Ano passado desejei um infeliz natal para todos. Nesse ano vou agir de forma diferente: desejarei um feliz, uma maravilhoso, um espetacular natal para todos!!!! iupi! Não é porque o meu é sempre uma chatice que vou desejar o mesmo para os outros né? Para aqueles que acreditam, que realmente se envolvem, é uma data especial. Para estes então eu desejo um felicíssimo natal. Estejam com seus entes queridos e aproveitam para lhes falar o quanto vocês gostam deles. É tudo o que posso desejar para vocês.


 
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domingo, dezembro 19, 2004
 
Como de costume, ele já chegou se postando na frente do espelho. Tirou um pequeno pente do bolso traseiro de seu jeans rasgado e começou a pentear o cabelo. Quanto mais passava o pente pelos fios, mais os fios voltavam para o mesmo lugar. Anylokatos não conseguia entender muito bem aquilo, para que pentear algo que sempre voltava ao mesmo lugar? Apesar de toda sua incredulidade, não podia deixar de reparar no brilho e na beleza daqueles cabelos e de lembrar da luta diária que travava com os seus, ao acordar, tudo para tentar deixá-los ao menos apresentáveis, sem precisar recorrer à água fria, ainda mais terrível naqueles dias invernais.

Só após a terceira ou quarta penteada Boris percebeu que estava sendo observado. Anylokatos preparou os ouvidos para as saudações de costume. Foi empurrado contra a parede, chamado de pirralho, fedelho, pirilampo, girino, de tal forma que algum incauto diria que a diferença de idade entre os dois era muito maior do que o um ano e sete meses que realmente os dividia.

Levou uma rasteira, deitou no chão. Tava frio, mas tava legal. Melhor que lá em cima com Boris. Ouviu mais algumas ameaças, as de sempre, "não olhe pra mim", "não se aproxime de mim", e quando já enrijecia a barriga para chute habitual, o sinal tocou. Antes que alguém entrasse, Boris escapuliu, deixando a porta bater ruidosamente.

Ótimo, pensou, agora além de atrasado estava sujo e com certeza o fiscal não deixaria passar essa. Podia até tentar chegar incólume até a sua sala, mas com certeza a professora o mandaria falar com o diretor ao ver o estado do seu uniforme. Imagem, naquela instituição de ensino, era praticamente tudo. Fez o que tinaha que ser feito. Tirou o casaco imundo, amarrotou-o na mochila e, tremendo de frio, se encaminhou para fora do banheiro.
 
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