M A L D I T O ! ! !
terça-feira, outubro 11, 2005
 
DECLARAÇÃO





A quem interessar possa.






O Sr. Maldito vem, por meio desta declaração, afirmar que a partir de hoje não mais exporá suas entranhas neste meio cibernético.

Se ele fosse começar a desenrolar por mais uma vez o novelo de suas razões, mais um mar de dores inundaria essa nação.

Posso dizer apenas que não há mais qualquer motivo para ele escrever aqui. Mas isso não seria o suficiente para fazê-lo parar. A verdadeira razão é que escrever aqui está lhe fazendo mal, diria até, muito mal, para sua mente, suas emoções. Está deixando-o realmente atormentado.

Portanto, aos poucos que ainda freqüentavam este local, ele pede que não mais voltem. Não que ele um dia não possa retornar a escrever aqui , mas, no momento, ele não vê qualquer possibilidade de fazê-lo.

Aproveita a oportunidade para se desculpar se alguma vez suas palavras causaram mal a alguém.

Se despede sem mágoas de ninguém.






Terça-feira, 11 outubro de 2005, 10:02.
 
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domingo, outubro 09, 2005
 
Vazio

Respira-se para se preencher o corpo de ar. Os pulmões se comprimem contra as costelas. Tenta-se prender a respiração por minutos, até o exaurimento. Mas tudo é em vão. Não há como preencher o vazio que ela te deixa, que ela te faz sentir. Como se tivessem extirpado um pedaço de seu corpo e você não pode fazer nada para recuperá-lo. Nada do que você faça adianta e a única pessoa que pode te ajudar, simplesmente se recusa a fazê-lo, mesmo afirmando todos os mais loucos sentimentos por você.
 
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domingo, outubro 02, 2005
 
Ambição


Li que o empresário Augusto Liberato busca incessante mais uma concessão para explorar um novo canal de televisão. Então fiquei me perguntando o porque disso, por que um homem tão rico quer sempre mais e
mais?

Sentado na areia da praia vejo um vendedor de amendoim trabalhando numa sexta-feira nublada, quando quase ninguém se aventurou a sair de casa. Ele se aproxima de mim, preparando um papelote, pede desculpas e oferece sua mercadoria. Eu agradeço e dispenso, mas imagino,enquanto vejo sua imagem contra o sol rarefeito, por que ele trabalha. Deve ter uma mulher e uma criança recém-nascida esperando por ele, na periferia da cidade, dentro de paredes de fina madeira. Ele sabe, muito bem, porque está fora de casa naquela sexta à tarde.

À janela do ônibus, no caminho de volta para casa, após um sábado inteiro de estudos, vejo centenas de pessoas caminhando no calçadão da praia. Muitas parecem desfilar, outras estão segurando outras pelas mãos, mães empurram carrinhos com seus rebentos, pessoas em bicicletas, patins, skates, pessoas na areia, no mar. Todas caminhando, sempre. Buscam alegria, diversão, paz, amor, quem sabe, encontrar um beijo fugidio em uma tarde de primavera,
quem sabe.

Sentado aqui imagino meu reflexo no espelho. Um rosto pálido, os olhos ainda vermelhos pelas lágrimas que a pouco escorreram. Meio curvado. Tento imaginar um milhão de motivos para estar aqui, agora, e não encontro nenhum. Tento imaginar ao menos um motivo para continuar, e não vejo
nenhum.

 
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segunda-feira, setembro 26, 2005
 
Acreditem, até eu já cansei de escrever acerca do meu atual estado melancólico. Já é algo tão presente, tão comum, que parece que estou sempre escrevendo sobre o mesmo tema, estou me tornando repetitivo, monotemático. E isso é insuportável, até para mim, que escrevo apenas o que sinto. Imagino o que se passa na cabeça de vocês, poucas e pobres almas que ainda lêem minhas neuroses.

Eu, realmente, confesso, estava novamente para escrever sobre isso, mas creio que não vale mais a pena. Eu escrevo, principalmente, para aliviar minhas dores internas, expelir o mal e tentar sobreviver, mas acho que isso não vai mais funcionar.

E após ver esta tirinha na Folha de S. Paulo de ontem, comecei a achar graça das minhas maluquices.

 
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sexta-feira, setembro 23, 2005
 
Era um fim de tarde chuvoso quando a conheceu no casamento de um colega. Só assim mesmo para ele entrar em uma igreja, mas daquela vez valera a pena. Um outro colega seu acabara de falar, “essa é a minha namorada, Lucíola”, mas isso nem passara por perto de seus ouvidos. A imagem pálida, de cabelos negros, maquiagem que ressaltava o brilho dos olhos, emoldurados por sobrancelhas cuidadosamente modeladas, já roubara todos os seus sentidos. Ficou sem saber se a beijava, receoso de que poderia borrar sua maquiagem, mas logo ela se inclinou e ofereceu a face. Aproximou-se com cuidado do rosto de porcelana e pôde sentir o perfume doce quando encostou seus lábios nele. Deu dois passos para trás para tentar se reequilibrar, olhou para o teto, para as imagens dos santos, segurou-se em um banco e olhou novamente para ela.

Com seu vestido tomara-que-caia negro brilhante, parecia recém saída de uma caixinha de música, daquelas onde há uma bailarina a girar. Seu colega de faculdade já se ausentara, já que serviria de padrinho na cerimônia. Ele ficou sem saber o que fazer, ajuntou-se aos demais colegas e tentou conversar amenidades. Contudo, ao olhar para o fundo da igreja, viu a imagem da bela novamente, sentada, afastada, em um banco. Com os olhos fechados, parecia flutuar no meio da expectativa em torno da chegada da noiva. Ele conseguia apenas divisar o seu rosto cândido e seus ombros desnudos. Alguns fios de seu cabelo riscavam o colo.

Sentiu de imediato uma solidão profunda, ao vê-la solitária. Pensou em chamá-la, para se juntar ao grupo, mas não teve coragem de interromper o possível sono em que estava, afinal, permanecia a linda criatura de olhos fechados.

A noiva finalmente chegou, todos diriam mais tarde com ela estava bela, de branco, naturalmente, mas ele só conseguiria pensar na moça de negro.

Encerrada a cerimônia, ele partiu, sozinho, em seu carro, pelas ruas escurecidas da cidade. Nuvens negras ajudavam a encurtar o dia e a chuva a paralisar o trânsito. Aproveitou a inércia para perguntar a um transeunte, que trajava a camisa do time de seu coração, o resultado do jogo que a pouco se encerrara. Abriu um sorriso (o segundo do dia) ao saber do resultado positivo (o único da noite).

Cruzou veloz a cidade, após o engarrafamento cessar, quase sendo multado pela fiscalização eletrônica e, após errar por duas vezes o caminho, chegou ao local da recepção. Logo que estacionou e desligou o carro, a bela chegou ao seu lado, no carro de seu escolhido. Um sinal?

Subiram juntos, com outros colegas, até o andar da festa. Meias-luzes, balões coloridos e música tomavam o ambiente. Sentou-se na mesa escolhida pelos outros e esperou pela bebida. Nada de cerveja ou líquidos de baixo teor alcoólico, apenas espumante e whisky eram servidos pelos garçons. Pensou que sua última refeição tinha sido o almoço, há pouco mais de oito horas, mas não pôde resistir aos brindes em homenagem aos recém-casados.

Uma taça acompanha a outra. As conversas mudam de tom, o som parece ficar mais alto. Vários de seus colegas vão para pista de dança acompanhar os nubentes. É nesse momento que ele se vê ao lado de sua mais nova paixão servindo-se graciosamente de uma taça de líquido borbulhante. De repente já estão conversando, como velhos amigos, sobre trabalho, música e afins. Mas é claro que o tema principal da conversa é a vida dela com o seu colega, de como se conheceram e porque estão juntos. Ele se derrete em elogios ao colega e ela, claro, confirma todos.

Mal consegue olhar para ela, cada vez mais apaixonado fica, com aqueles olhos que dividem o ambiente em dois, aqueles ombros brancos que desafiam o toque. Inventa qualquer desculpa e vai para a pista de dança. Mal reconhece a voz de outra colega que vem lhe pedir desculpas por algum erro passado. Ouve a repetitiva música de duas décadas atrás, a felicidade nos rostos dos convivas e os passos de dança, com um sorriso nos lábios e a taça na mão.

É quando vê a imagem da jovem se equilibrando nas pontas dos dois pés, girando sobre eles, com seus vestido negro tomara-que-caia. Quando ela completa 360º, mostra todos os seus dentes para ele e o seu olhar reflete toda a felicidade que ele nela encontrará.

Ele só pode estar sonhando. Vira-se para outra direção e vê o seu colega, par de sua bela, a dançar com a noiva. A realidade é dura e afiada como a ponto de um punhal. Ele cambaleia, ouve vozes, diz que está tudo bem e se dirige ao banheiro. Tranca-se em um dos cubículos e se ajoelha diante da privada. Antes de cair a primeira lágrima, a mistura verde do que antes eram canapés, escorre pela sua boca até o chão. Uma vez mais, e mais outra vez, até sentir uma profunda agulhada em suas entranhas. Nada mais resta a sair (ou a entrar). Tenta se levantar, mas escorrega. Só consegue reunir forças para sentar-se na louça. Fecha-se em seu paletó, recosta-se na divisória de madeira e seus olhos se cerram.

***

O mar. Azul e sem fronteiras. Ele nada no mar azul, sozinho, nada a seu redor. Uma tempestade o surpreende, ele rodopia e acorda.

Três pessoas além dele se espremem no cubículo. Um arremessa água, outro lhe dá tapas na cara e o terceiro grita seu nome. Com os olhos ainda entreabertos vê que um deles é o par de sua bela. Mas onde ela estaria? Não importa mais, ele só quer ficar ali e dormir, tenta se livrar dos braços alheios mas não tem mais forças, nem para isso.

O levam carregado pelo meio do salão e tudo no que consegue pensar é se sua bailarina irá vê-lo naquele estado. Chegam até o elevador e nem sinal dela. Chegam até o seu automóvel, e nem sinal dela. Ele aproveita o descuido de seus colegas, que discutiam o que fazer com sua carcaça, e corre pelas ruas ainda vazias do centro da cidade. Percorre ruelas e avenidas ainda molhadas, atravessa por uma passarela em forma de “S”. Verifica, de repente, que está na frente do aeroporto. Vai até o saguão principal, quase totalmente vazio, e se senta de frente para a grande janela. Ao longe, o outro lado da baía. Mais próximo, um barco cruza o mar. Ao seu lado, um avião parado. Dentro de si, um coração renovado. Além de todos os seus medos, uma vida sonhada.

Uma platéia vazia, a não ser por ele próprio, sentado, na primeira fileira, vendo a bela bailarina a dançar e sorrir.
 
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quinta-feira, setembro 22, 2005
 
Quase todas as noites em que chega em casa necessita, urgentemente, de salvação. Salvar-se pela música.

Procura em sua lista de mp3´s , em sua coleção de cedês, mas nada encontra capaz de mudar sua vida, aquele singelo tormento, torná-lo passado.

Algumas vezes é necessário apenas uma canção para mudar todo um dia, para o bem ou para o mal. Para o mal como quando se ouve aquela música chata e repetitiva, logo ao pegar o ônibus pela manhã, e ela fica em sua cabeça por horas e horas, apesar de você odiá-la.

Ou para o bem, quando basta a música para mudar seus sentimentos em relação a vida como um todo. E é a noite, quase sempre, que ele precisa dessa mudança, ou melhor, dessa renergização, recarregar as já castigadas baterias, para tentar sobreviver até o dia seguinte. A salvação pela música nem sempre é possível, contudo, pois pode faltar o compacto ou mesmo a escolha correta para a ocasião.








A música certa é aquela que lhe faz abrir o sorriso.
 
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sexta-feira, setembro 16, 2005
 
“Fronteiro”

Desço do corpo em que descanso
Desço do céu que me oprime
Desço ao centro do distante
Desço ao fim que não termina

Chego aqui de tão errante
Acalmo a alma que definha
Tento olhar o horizonte
Sinto o mito que fascina

Aqueço o coração, que se anima
Esqueço as orações de minha tia
Penso nos amores que eu tinha
Vejo que de nada eu sabia

Sucumbo ao veneno que bebia
Não luto contra a dor que invejo
Sei que esse dia de facínora
Encontrará algo no que vejo

Caminho contra a luz do fim do dia
Anseio pelas sombras que não vejo
Altero muito mais o meu soneto
Que um dia surgiu de um lampejo

Atravesso o mar que me sufoca
Vejo na praia um novo dia
Que belo amanhece e delicia
Que alegra assim quando me olha

Me dispo de todos os meus medos
Não espero agarrar os meus anseios
Quero deitar meus desesperos
No seio que me dita a vida

Fez-se mar de toda a poesia
Fez curar as dores de um fronteiro
Perscrutou a alma de enfermeiro
Ressuscitou a vida do enfermo

Delicio-me ao fim de um tormento
Alimento as esperanças de outrora
Quero mais e mais o amor de agora
Que invade e inunda de fomento!


Para você
16/09/05 – 19:45
 
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domingo, setembro 11, 2005
 
Hoje era para se escrever sobre o show dos Hermanos, a imagem da futura companhia ao meu lado e que tais.

Contudo, o sonho da noite passada me assomou a mente e fez mudar os rumos. Acabei por desaguar em outras ideias, ideias já reiteradas aqui nesse mesmo espaço, algumas vezes.

Primeiro o sonho, depois a idéia.

O Sonho

Acho que eu sempre sonho como um filme do Godard (dos mais recentes), cheio de cortes, câmera na mão, imagens embassadas, ausência de cronologia entre os fatos. Ou, quem sabe, pode ser um filme de David Lynch. Pelo menos é assim que me lembro da maioria dos sonhos que tenho.

Estava eu no Maracanã, mas eu não faço idéia porque era o Maracanã, já que estava num estádio não muito grande e coberto, onde havia cadeiras no lugar do gramado, mas uma mensagem que me foi passada é que eu estava no Maracanã e pronto, aceite. Três bandas se apresentariam naquela noite, em dois palcos distintos, um perpendicular ao outro. A terceira banda da noite era o Blur.

De repente então eu estava na frente de um computador, lendo mensagens ou vendo sites. O Damon Albarn, vocalista do Blur, havia me mandado um e-mail, falando sobre a passagem da banda pelo Brasil. Eu tentava insistentemente ouvir o album "The Great Escape", mas não conseguia, o disco parecia pular, não tovaca as canções que eu queria. Me recordo também que eu acessei um link para uma página onde havia um vídeo do programa do Jô Soares, onde estavam sendo entrevistados os outros membros da banda. Contavam eles sobre a trilha sonora que tinham feito para um desenho animado!

Depois, eu já estava de volta ao Maracanã, lado a lado com o Damon, conversando. Lembro nitidamente que ele me disse que falava cinco línguas, italiano, francês, alemão, inglês e inglês. Quando disse que ele havia repetido o "inglês", ele retrucou, afirmado que falava inglês e o "british english", ou seja, o inglês da Grã-Bretanha. Eu achei graça daquilo e lembrei que também preferia os trejeitos linguínticos da Terra da Rainha, dando, inclusive, como exemplo, a pronúncia da palavra "beautiful" nos EUA e na Inglaterra. Disse para Damon que ficava chateado por ter estudado a língua numa escola que se baseia no método americano.

Mas o show demorava muito para começar. Então de repente eu já estava na porta do hotel onde a banda estava hospedada, uma rua calma e arborizada. Uma van esperava na rua enquanto alguns poucos jornalistas esperavam a saída da banda. Encontrei com duas repórteres e elas ficavam comentando a hilária entrevista que a banda havia dado no Programa do Jô de quinta-feira. De repente, dois integrantes da banda saíram do prédio e um deles com certeza era o Alex James, pois eu lembro de ter falado "Hello Alex!", e ele acenou pra mim, não muito empolgado. Depois saiu o Damon. E eu não lembro de mais nada.


XXX


A idéia

Eu acordei 15 minutos antes do despertador. Levantei, fui ao banheiro, e acabei sendo guiado até a sala. Peguei o cd do blur (claro, o "The Great Escape"), e , com todos na casa ainda dormindo, eu ouvi a música...

"Country House"

And so the the story begins
City dweller, successful fella
Thought to himself oops
I've got a lot of money
I'm caught in a rat race terminally
I'm a professional cynic but my heart's not in it
I'm paying the price of living life at the limit
Caught up in the centuries anxiety

It preys on him, he's getting thin

He lives in a house, a very big house in the country
Watching afternoon repeats and the food he eats in the country
He takes all manner of pills and piles up analyst bills in the country
It's like an animal farm lot's of rural charm in the country

He's got morning glory, life's a different story
Everything going jackanory, in touch with his own mortality
He's reading balzac, knocking back prozac
It's a helping hand that makes you feel wonderfully bland
Oh it's the centuries remedy

For the faint at heart, a new start

He lives in a house, a very big house in the country
He's got a fog in his chest so he needs a lot of rest in the country
He doesn't drink smoke laugh, takes herbal baths in the country
Says she's come to no harm on an animal farm in the country

In the country, in the country

Blow, blow me out I am so sad, I don't know why
Blow, blow me out I am so sad, I don't know why



E aqui ressurge a idéia, já há muito fomentada por mim: a da fuga. Ja falei sobre isso, basta pesquisar nos arquivos, pois é um pensamento sempre vivo em mim. Contudo, é igualmente forte o desconhecimento do destino almejado. Eu não aguento mais essa vidinha de merda, dá vontade de sair correndo (literalmente, correr, suar, até a garganta começar a arranhar e eu cair ofegante no chão) e ir para outro lugar (vida). Mas o problema é exatamente esse. Para onde? Não faço a mínima idéia. Exatamente por isso, apesar de pensar sempre em iniciar a jornada, eu não dou o primeiro passo, já que ficaria correndo sem rumo, até me extinguir numa faísca final.

Essa música me deu exatamente essa sensação e, contrariamente ao que ocorre comigo, o personagem acha uma saída, uma saída para sua vida rotineira e chata, ele vai para o campo, para uma casa de campo, onde lê Balzac, toma Prozac e vê uma vida maravilhosa.

E ao ouvir a música, realmente dá vontade de acompanhá-lo, principalmente no final dela, quando os metais invadem a canção e imagino-me acompanhando a banda até o local. O clip da música é sensacional e representa bem a idéia contida na letra. Quem sabe um dia eu também descubro meu destino.
 
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quarta-feira, setembro 07, 2005
 
"Tudo é permissível... até que você peça permissão"
 
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segunda-feira, setembro 05, 2005
 
“´ Por que não te escrevo?` , perguntas-me, logo tu que és tão sábio? Deverias adivinhar que me sinto bem, e até que... Curto e grosso, conheci alguém que tocou meu coração bem de perto. É ... Não sei se...

Contar-te , respeitando a ordem dos acontecimentos, como cheguei a conhecer uma das criaturas mais adoráveis deste mundo, seria muito difícil. Estou feliz e satisfeito, logo, incapaz de ser um bom historiador.

Um anjo! Arre! Mas isso qualquer um diz da sua, não é verdade? De qualquer forma, não sou capaz de dizer o quanto ela é perfeita, nem de onde vem sua perfeição. Basta dizer que ela dominou completamente o meu ser.

Tanta candura com tanto espírito, tanta bondade com tanta firmeza! E paz de alma em meio a tanta vida real e tanta atividade!

Tudo o que aqui digo a respeito dela não passa de palavreado inútil, vaga abstração, que não expressa sequer um só dos traços de seu semblante. Em outra ocasião, talvez... Não, nada de outra ocasião,vou contar-te tudo agora mesmo. Se não o fizer agora, nunca mais será feito. Pois, cá entre nós, desde que comecei a escrever esta carta, por três vezes estive a ponto de deitar a pena e mandar arrear o cavalo para sair. Isso que jurei para mim mesmo hoje cedo, não cavalgar até lá, mas a cada pouco me aproximo da janela a ver se o sol ainda vai alto...”.

(Os Sofrimentos do Jovem Werther - Johann Wolfgang Goethe - 1774)
 
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sexta-feira, setembro 02, 2005
 
Uma pausa na paranóia, tristeza, bebedeira e orgias para os aconselhamentos culturais de costume.

Tomem nota por favor.

- Conselho cinematográfico:

"Casa Vazia" (Coréia do Sul/2004 - Direção, Roteiro e Produção: Kim Ki-Duk - Duração: 95 minutos - Site Oficial: http://www.sonyclassics.com/3iron/)



Um rapaz invade casas para passar ali algum tempo e como retribuição faz pequenos serviços domésticos, como consertar aparelhos eletrônicos ou lavar roupa.

De imediato eu me lembrei de "Edukators", filme alemão que passou no Br nesse ano, onde pessoas também invadiam casas, mas com o objetivo de "educar" seus moradores, afirmando que a vida era muito mais que bens valiosos e dinheiro.

Mas "Casa Vazia", ao menos de imediato, não tem esse sentido educativo. Bem, depende do que você entenda por "educação". O pratagonista parece sem rumo e sem sentido ou parece que o único sentido de sua vida é fazer o que faz: invadir casas. Não há muitas explicações no filme para isso, mas há milhões de concepções que podem ser pensadas desse fato. A busca de algo novo, apenas. Diversão? Eu não cheguei a qualquer conclusão, mas as vezes penso que ele apenas quer conhecer a vida dos moradores anônimos, sem, contudo, conhecê-los pessoalmente. Ele busca em seus lares a vida que não tem, talvez. Organiza a casa, registra o momento com sua câmera fotográfica digital e vai embora.

Até o dia em que ele acha outra alma perdida, a de uma bela mulher, presa a um casamento indesejável. Então o que era praticamente impossível acontece: um ser transtornado como ele o acompanha em suas peripécias. E ao invés de assistirmos a apenas um medíocre filme água-com-açúcar, vemos toda a beleza e pureza do silêncio nos tomar.

E o final, pode não ser o final. Ou pode ser realmente o final. Não há como adiantá-lo aqui, sob pena de se perder toda a surpresa e brilho. Mas algo que me parece certo é que nós, seres humanos, não deixamos de ser casas vazias ambulantes, ansiando por preenchimento.
 
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quarta-feira, agosto 31, 2005
 
Ele vê uma caixa cerrada em sua frente. Não é nem grande nem pequena e está embrulhada em papel pardo e fita crepe.
Ele anda em volta dela, examinando com curiosidade. Percebe que há algo escrito na lateral. Se ajoelha e a levanta. É leve.
Ele lê, escrito em caneta preta, seu nome. Seu nome incompleto, mas só pode ser ele, ninguém além dele mora naquele local.

Ele se senta no chão, coloca a caixa em seu colo e, devagar, vai desembrulhando. Rasga o papel com cuidado, puxando as fitas uma a uma. É uma caixa ordinária, também parda. Levanta a tampa e vê um pequeno objeto, do tamanho de um punho cerrado, embrulhado em papel-manteiga. Ao lado dele um papel azul, dobrado em três.

Ele desdobra o papel com cuidado e vê uma mensagem escrita, em caneta cor preta: "Agora, meu amor, você me terá sempre junto ao peito. Saudades eternas."

Deixando o papel de lado, ele sente a viscosidade do objeto na palma de sua mão esquerda. Com a direita, delicadamente começa a retirar o papel-manteiga, uma, duas, três voltas de papel-manteiga. As manchas vermelhas começam a surgir na medida em que o papel vai se abrindo. Uma linha vinho escorre pelo seu braço esquerdo. A última volta do papel é retirada.

Diante de si, rubro e negro, o coração de sua amada.

Com cuidado, ele se levanta, caminha até a direção do cirurgião, e entrega o músculo quase morto. Começa a desabotuar a camisa, dizendo que o tempo é curto. Que o tempo é curto para se amar.


(30/08/05 - 14:30)
 
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terça-feira, agosto 30, 2005
 
Eu preciso falar com alguém, olhe para mim, você não está me ouvindo?

Tudo bem, eu sei que não, mas vai ter que ser você mesmo, afinal, não há mais ninguém.

Sério, olhe ao seu redor, o que você vê? Não sabe? Eu decifro para você: planícies geladas, imensas dunas, planaltos pedregosos, lagos de sal ou terra batida, o cenário não importa, tudo é deserto.

Agora você vê? E compreende? Tudo bem, estou pedindo demais, não precisa compreender, mas se você já consegue ver, para mim é suficiente.

E não, não vou na casa dela hoje, as vacas precisam ser ordenhadas, se não as tetas incham e elas ficam doentes. Não sabia disso? As vacas precisam de cuidados diários, nos mesmos horários, uma ordenha pela manhã e a outra ao entardecer. O bezerro não da conta do recado.

Eu não dou conta do recado. Você está vendo, vou enlouquecer aqui. E mesmo que não fosse aqui, exatamente (o X indicará o lugar?), eu estaria prestes a elouquecer, pois simplesmente ainda não encontrei meu lugar.

Sim, se falássemos de uma pessoa, eu até poderia afirmar isso (ao menos por enquanto), mas estou me referindo realmente a um lugar específico, físico, casa, barraco, terra, água.

O calor hoje ta infernal, pra dizer a verdade, os últimos dias tem sido infernais, e eu não sei porque. Não é só a temperatura lá fora que recrudesce, sou eu mesmo que não sei mais o que fazer. Tal qual rodovias, a pista se estreita, surgem milhões de buracos e eu não vejo mais sentido em desviar deles. A bem da verdade, anseio que eles me tragam, assim não terei mais que fazer escolhas inúteis. Não há mais cruzamentos, curvas, paisagens, é tudo igual, um reta infinta à frente e mesmo assim instransponível. Eu quero parar, por favor.

Pare no acostamento, desça do veículo, ponha as mãos no capô. Sorria. Você não chegou, essa é a sua recompensa.
 
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sexta-feira, agosto 19, 2005
 
O MATADOURO MUNICIPAL
por Tennessee Williams

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Calçada de uma rua em uma cidade; a rua propriamente dita não é vista. Atrás da calçada há um muro de concreto cinza no qual estão colados cartazes com fotos de um ditador militar, e na parte inferior dos cartazes há a palavra "Viva!". É verão e está anoitecendo. Uma moça e um rapaz, estudantes universitários, caminham pela calçada, a moça chorando e o rapaz carregando uma bandeira enrolada. À distância ouve-se o som de uma banda de desfile.

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Moça (Quando o rapaz pára) - É aqui que vai ser?

Rapaz - É. Agora vá embora. Você está chamando a atenção para nós.

Moça - Não dá para você ficar atrás do muro?

Rapaz - É claro que não. Tenho que correr para a rua para ter a certeza de não errar.
(Ele dá um beijo rápido e duro na garota.) Agora vá embora.

Moça - Não precisava ser você!

Rapaz - Pare com isso!

Moça - Poderia ter sido alguém mais velho, alguém feio ou doente.

Rapaz (Tirando relógio de pulso e anel) - Leve essas coisas. Agora vá embora. Há um homem olhando para nós. Atravesse pelo parque na próxima esquina. Vá!
(Ele chuta os pés da moça. Ela sai correndo, em lágrimas. Depois de um ou dois minutos, um funcionário de escritório de meia-idade aparece na calçada e se aproxima do estudante.)

Funcionário - Com licença, jovem.

Rapaz - O que é?

Funcionário - Você teria a gentileza de me explicar o caminho para o Matadouro Municipal?

Rapaz - O senhor falou o -?

Funcionário - O Matadouro Municipal. Parece que perdi o endereço e já estou atrasado.

Rapaz - O senhor trabalha no Matadouro?

Funcionário - Oh, não, oh, não, eu sou -quero dizer,- eu era até ontem funcionário do Departamento Nacional de Economia, mas fui demitido e hoje fui condenado.

Rapaz - Foi condenado por quê?

Funcionário - Há vários motivos possíveis. Fiz uma coisa tola na semana passada. Passei em frente a uma loja de tabaco e, na vitrine da loja, havia uma engenhoca de arame -uma gaiola de arame que girava. Havia um bichinho lá dentro, um esquilo ou algo assim, que corria, corria sem parar na gaiola e parecia assustado. Ele me pareceu estar em pânico, então eu fui muito tolo: entrei na loja e falei com o proprietário sobre o bichinho naquela gaiola que girava. Perguntei se o animal em algum momento saía daquele eixo giratório ou se ele era obrigado a correr sem parar. O homem da loja, o proprietário, ficou enfurecido com minhas perguntas -ele me pegou pelo casaco, arrancou minha carteira do meu bolso, anotou meu nome, endereço e o lugar onde eu trabalhava e disse que me faria condenar por meter o bedelho em algo que não era de minha conta. Acho que ele deve ter feito isso, já que me mandaram ir ao Matadouro Municipal. Mas há outro motivo possível. Quando minha filha foi convocada para o Prostíbulo Municipal, eu -eu fiz,- eu escrevi um apelo ao...

Rapaz - O senhor recebeu um aviso por escrito?

Funcionário - Não, não, apenas ... Apenas um telefonema.

Rapaz - Pode ter sido apenas uma brincadeira cruel que alguém fez com o senhor. Acho que deve ter sido isso, senão teriam ido até sua casa e o levado preso. Teriam levado o senhor até o Matadouro de caminhão.

Funcionário - Eles nem sempre fazem isso mais. Às vezes a pessoa apenas recebe ordens de estar no Matadouro a tal hora e ela -ela vai lá. Me disseram que, se você chega atrasado, eles tornam as coisas mais difíceis para você lá -eles demoram para acabar com tudo.

Rapaz - O senhor tem uma moeda de dez centavos no bolso?

Funcionário - Não, deixei meu dinheiro todo com minha mulher.

Rapaz - Aqui está uma moeda de dez centavos. Há um bonde na próxima rua que atravessa esta. Pegue aquele bonde até o mais longe que ele for em qualquer direção. Então desça e ande. Não pare de andar.

Funcionário - Esse não deve ser o caminho para o Matadouro Municipal, com certeza. Afinal, o Matadouro não pode estar nas duas direções.

Rapaz - O senhor alguma vez já saiu para caçar? Com arma?

Funcionário - Sim, na época em que faltou carne meu filho e eu fomos caçar coelhos.

Rapaz - O senhor tem mira boa? Numa distância curta?

Funcionário - Tenho, mas-

Rapaz - Eu o aconselho a criar coragem, respeitar a si mesmo como homem, ir o mais longe que puder do Matadouro Municipal com a moeda de dez centavos que lhe dei, e então -sumir.

Funcionário - Você é jovem e pensa assim porque não é funcionário municipal há mais anos do que é capaz de contar.

Rapaz - Seu corpo, cortado e moído por uma máquina de moer e vendido em latas para ser comido por qualquer zé-ninguém, sem falar na sua mulher, seus filhos e seus cachorros.

Funcionário - Você não vê que estou apavorado? Eu poderia ter tentado protestar, apelar, mas, sabe o que é? Quando eu tinha sua idade eu fui pacifista! Então agora, eu não... Não vejo maneira alguma de evitar, de optar por outra coisa. Não tenho outra escolha, realmente, e afinal, agora que estou desempregado e virei indesejado em minha casa, eu-

Rapaz - O senhor tem família?

Funcionário - Sim, tenho mulher e-

Rapaz - O que sua mulher acha de o senhor ir para o Matadouro Municipal?

Funcionário - Ela acha o mesmo que eu -que não tenho escolha possível.

Rapaz - Uma escolha é uma coisa que o senhor precisa inventar por conta própria, então vá até o próximo semáforo, espere o bonde, suba no bonde e fique nele até onde ele for. Já lhe dei esse conselho de graça, já lhe dei o dinheiro para o bonde, e não há mais nada que eu possa lhe dar ou fazer pelo senhor.

Funcionário - Sim, sim, eu sei, obrigado, mas será que você poderia me informar onde fica o Matadouro Municipal?

Rapaz - Sim, eu poderia, mas não vou.

Funcionário - Você é a única pessoa que conheço, se é que posso dizer que o conheço, que não acha que eu devo ir para lá.

Rapaz - Que diabos, então vá para lá, vá, se o senhor já perdeu a capacidade de escolher qualquer coisa por si mesmo. Mas vou lhe dizer uma coisa. O senhor está ouvindo o desfile que está chegando perto?
(Ouve-se música de banda à distância.)

Rapaz - O desfile está vindo para cá, e eu vou interrompê-lo com esse meu pequeno instrumento de interrupção. Sinta-o no meu bolso (ele pega a mão do funcionário e a coloca em seu bolso).

Funcionário - É uma -?

Rapaz - Sim, é um revólver com seis balas.

Funcionário - Não, não, não, jogue atrás do muro. Eles vão matar você a tiros se -!

Rapaz - Que homenzinho assustado o senhor é -e, no entanto, me perguntou o caminho para o Matadouro Municipal.

Funcionário - Eu faço o que me mandam fazer, vou onde me mandam ir, nunca questiono as instruções que recebo.

Rapaz - Bom. Eu vou lhe dar as instruções. Sou seu comandante agora. O senhor é meu escravo.

Funcionário - Como sou seu escravo?

Rapaz - Por ordem recebida, agora mesmo. Olhe nos meus olhos, direto nos olhos, e pense em sua filha no Prostíbulo Municipal, sendo usada por homens doentes e sujos. Ela cobriria o rosto se o senhor algum dia voltasse a vê-la, porque sua pele estaria coberta de-

Funcionário - NÃO, NÃO, NÃO!

Rapaz - Faça o que estou mandando! Pegue esta bandeira ensanguentada em uma mão, este revólver na outra, e tome cuidado para que a bandeira esconda o revólver. O senhor está me entendendo?

Funcionário - Sim, mas-

Rapaz - O senhor vai fazer exatamente o que estou dizendo. O senhor é meu escravo, eu sou seu comandante. Vamos lá. O desfile vai passar por aqui daqui a um minuto, mais ou menos. O carro do general é o primeiro atrás das motocicletas. O senhor entende?

Funcionário - Sim, mas-

Rapaz - Só diga sim. Nada de "mas".

Funcionário - Sim.

Rapaz - Bom. Quando a primeira limusine estiver prestes a passar por aqui, o senhor vai gritar "viva, viva!" e agitar a bandeira, e, ao mesmo tempo, correr para o meio da rua. Antes de lhe pararem, o senhor vai esvaziar este revólver no rosto e no peito do general, bem rápido, o mais rápido que puder. Ok? Entendeu?

Funcionário - Sim.

Rapaz - Será mais rápido e mais fácil para o senhor do que comparecer ao Matadouro Municipal na hora marcada, e seu nome e sua foto vão parar nas primeiras páginas de todos os jornais do mundo. Entendeu?

Funcionário - Sim.

Rapaz - Então o deixarei aqui. Mas lembre-se: meus olhos e os olhos do mundo inteiro estão sobre o senhor. Por acaso, simplesmente por ter feito uma pergunta a um desconhecido na rua, sua vida sem sentido foi escolhida para a glória, e sua morte, para ser a morte de um herói. Adeus. Me dê um abraço.
(Ele puxa o funcionário para seus braços e então o empurra de volta.) Querido escravo, santo imortal, mártir e herói!
(Ele parte, passando sobre o muro baixo atrás da calçada. O desfile se aproxima, ruidoso).

Funcionário (agitando bandeira) - Viva, viva, viva, viva, viva, viva, viva, viva!
(O barulho do desfile desaparece aos poucos).

Funcionário (dirigindo-se à platéia) - Será que vocês teriam a gentileza de me indicar o caminho para o Matadouro Municipal? Não quero me atrasar. Eles tornam as coisas mais difíceis para você se você não chega na hora... Oh, está bem. Vou anotar. Obrigado!
(Ele tira uma caderneta de um bolso e anota o endereço, enquanto as luzes se apagam.)

FIM


(originariamente publicado no jornal FSP, edição de 24/07/05)
 
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domingo, agosto 14, 2005
 
I'm on a roll,
I'm on a roll
this time
I feel my luck could change.

Kill me Sarah,
kill me again
with love,
it's gonna be a glorious day.

Pull me out of the aircrash,
Pull me out of the lake,
I'm your superhero,
we are standing on the edge.

The head of state
has called for me by name
but I don't have time for him.

It's gonna be a glorious day!
I feel my luck could change.

Pull me out of the aircrash,
Pull me out of the lake,
I'm your superhero,
we are standing on the edge.

We are standing on the edge.


(Radiohead - "Lucky")



ps.: Please, kill me Sarah, again, and again, with love... then, it´s gonna be a glorius day!
 
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